Os sintomas da insuficiência cardíaca congestiva
Redação
A insuficiência cardíaca congestiva é a via final de muitas doenças que afetam o coração, o que explica a sua crescente prevalência. A atenção aos pacientes é um desafio pelo caráter progressivo da doença, a limitação da qualidade de vida e a alta mortalidade. Recentemente, o número de pessoas vivendo com a doença no mundo foi estimado em 23 milhões. Uma em cada cinco pessoas tem chance de desenvolver a síndrome ao longo da vida.

A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é uma condição em que o coração não consegue bombear sangue de forma eficaz, resultando em congestão de fluidos nos pulmões e em outras partes do corpo. Os sintomas da ICC podem variar, mas geralmente incluem sinais de congestão e baixo débito cardíaco.
Alguns dos sintomas comuns associados à insuficiência cardíaca congestiva: incluem a dispneia que é a dificuldade para respirar, especialmente ao realizar atividades físicas ou ao deitar-se. O edema que é um inchaço nas pernas, tornozelos ou abdômen devido ao acúmulo de fluidos.
A fadiga é o cansaço excessivo e a falta de energia, mesmo após descanso e as palpitações que é uma sensação de batimentos cardíacos rápidos ou irregulares. Uma tosse persistente, muitas vezes acompanhada de secreção espumosa ou sanguinolenta, especialmente ao deitar. Ocorre uma dificuldade em realizar atividades diárias com a limitação nas atividades físicas habituais devido à falta de ar ou cansaço.
Esses sintomas podem ser exacerbados por fatores como a progressão da doença, infecções ou outras condições médicas. É importante que os pacientes com sintomas de insuficiência cardíaca sejam avaliados por um profissional de saúde para um diagnóstico e tratamento adequados.
Segundo o MS-PCDT: Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Reduzida, a doença resulta em alterações hemodinâmicas como redução do débito cardíaco e elevação da pressão arterial pulmonar e venosa sistêmica. A suspeita diagnóstica é baseada principalmente em dados de anamnese e exame físico; os principais sinais e sintomas incluem dispneia, ortopneia, edema de membros inferiores e fadiga.
Alterações eletrocardiográficas e na radiografia de tórax são comuns. De acordo com a apresentação clínica, exames complementares, como dosagem sérica de peptídeos natriuréticos de tipo B e ecocardiografia transtorácica, são bastante úteis na definição diagnóstica.
A necessidade de um modelo de acompanhamento longitudinal e multidisciplinar coloca a atenção primária à saúde (APS) como agente central do atendimento de pacientes com IC. No entanto, a complexidade e a falta de familiaridade com o tratamento da doença podem motivar o encaminhamento de muitos dos pacientes para serviços especializados.
Esses encaminhamentos devem ser evitados, uma vez que a APS possui condições de proporcionar adequada assistência à maioria dos pacientes com IC. É importante salientar que, por meio do SUS, estão disponíveis medicamentos que possuem impacto positivo na sobrevida dos pacientes com IC, como inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), betabloqueadores, antagonistas da aldosterona, dapagliflozina e sacubitril valsartana.
Adicionalmente, há medidas não medicamentosas, relacionadas à dieta e prática de atividade física, que devem ser estimuladas nessa população e consistem em componente terapêutico relevante. Assim, este protocolo visa a estabelecer os critérios diagnósticos e terapêuticos da IC de qualquer etiologia, em sua apresentação crônica estável, e com fração de ejeção ventricular esquerda reduzida, os quais representam a maioria dos pacientes com IC e cujas condutas são melhor estabelecidas.
O presente documento também visa orientar os profissionais da saúde, em especial aqueles que atuam na APS, em relação a aspectos relacionados à classificação, ao acompanhamento e ao encaminhamento a serviços especializados para atendimento dos doentes. Dessa forma, intervenções no atendimento hospitalar, como terapia de ressincronização cardíaca, não fazem parte do escopo deste protocolo.