Publicado em 05 ago 2025

As diretrizes clínicas para a brucelose humana

Redação

A brucelose humana é uma doença emergente e reemergente de distribuição global, causada por cocobacilos gram-negativos intracelulares facultativos do gênero Brucella sp.

O protocolo MS-PCDT: Brucelose Humana de 2025 informa que a brucelose é uma doença emergente e reemergente, causada por cocobacilos gram-negativos do gênero Brucella. As principais espécies que afetam os humanos incluem a Brucella abortus,a Brucella melitensis, a Brucella suis e a Brucella canis.

O protocolo inclui as orientações sobre diagnóstico, tratamento, monitoramento e profilaxia pós-exposição, visando melhorar os resultados terapêuticos e o prognóstico dos casos. A identificação precoce da doença e o encaminhamento adequado são fundamentais para o manejo eficaz da brucelose.

Para o tratamento, são utilizados esquemas combinados de antimicrobianos, incluindo tetraciclinas, aminoglicosídeos, quinolonas, rifampicina, entre outros. A vigilância ativa dos casos é uma estratégia essencial para a contenção da brucelose no Brasil.Este documento é direcionado a profissionais de saúde e busca padronizar as condutas no SUS, substituindo orientações anteriores que estão desatualizadas.

Em resumo, a brucelose humana é uma doença emergente e reemergente de distribuição global, causada por cocobacilos gram-negativos intracelulares facultativos do gênero Brucella sp. Também associada à doença humana está a Brucella canis (B. canis), preferencialmente relacionada à doença em cães domésticos.

Trata-se de uma das zoonoses mais prevalentes no mundo, endêmica principalmente em países da Ásia, especialmente no Oriente Médio, além da África, América Central e do Sul, Bacia do Mediterrâneo e Caribe. A estimativa da carga desta doença, que compartilha vários dos qualificadores de doenças negligenciadas, é limitada pelo grande contingente de casos assintomáticos, pela dificuldade de confirmação diagnóstica e subnotificação dos casos existentes.

As estimativas projetadas com base em dados reportados entre 2014 e 2018 pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e Banco Mundial, indicam incidência global anual entre 1,6 e 2,1 milhões de novos casos por ano. No Brasil, a incidência da brucelose humana é pouco conhecida e, possivelmente, subestimada. Alguns estados do país, já instituíram a notificação compulsória para todos os casos suspeitos.

De acordo com o estudo que avaliou casos notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) nas 27 unidades federativas do Brasil entre 2014 e 2018, foram registrados 3.612 casos suspeitos de brucelose humana, dos quais 25% foram confirmados. Os casos foram notificados principalmente na região Sul (22%), com predomínio de homens (75%) e em associação à exposição ocupacional (53%).

Os pacientes entre 30 e 39 anos de idade foram os mais envolvidos. Ainda, metade dos pacientes eram moradores da zona rural e 68% dos casos eram autóctones do município de residência, sendo esse o provável local de infeção. Os casos que evoluíram para cura somaram 63% do total. Observou-se um crescimento de notificações de 29% entre 2014 e 2015, 47% entre 2015 e 2016, e 24% entre 2017 e 2018, estimando-se um coeficiente de incidência anual em 0,11 caso a cada 100.000 habitantes

O contato direto com animais, como cabras, ovelhas, gado, porcos e cães, pode resultar em transmissão, já que podem excretar Brucella sp. em secreções reprodutivas, urina e leite. O consumo de produtos contaminados, como leite cru, manteiga, sorvetes, cremes e queijo não pasteurizado, incluindo queijo fresco, é uma das principais vias de aquisição da brucelose já que as bactérias Brucella sp podem sobreviver nestes produtos não tratados por meses.

Artigo atualizado em 05/08/2025 05:34.

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