Os sintomas clínicos da febre do Oropouche
Redação
A febre do Oropouche é uma doença causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, identificado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir da amostra de sangue de um bicho-preguiça capturado durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no país, sobretudo na região amazônica, considerada endêmica.

Os sintomas da doença são parecidos com os da dengue e incluem dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. A transmissão do Oropouche é feita principalmente pelo inseto Culicoides paraensis (mais popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora).
Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no inseto por alguns dias. Quando o inseto pica uma pessoa saudável, pode transmitir o vírus.
Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença: no ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não-humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros. Há registros de isolamento do vírus em outras espécies de insetos, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus.
Já no ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros. Nesse cenário, além do inseto Culicoides paraenses, o mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo e comumente encontrado em ambientes urbanos, também pode transmitir o vírus.
Dado o aumento de casos em 2024, com ocorrência de óbitos e a identificação de casos de transmissão vertical (da mãe para o feto) a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) reitera a importância de se implementarem medidas preventivas, especialmente para gestantes. Inclui utilizar mosquiteiros de malha fina em portas e janelas, com orifícios menores que 1 milímetro, para evitar a entrada de vetores.
Usar roupas de mangas compridas e calças compridas, especialmente em casas onde houver uma ou mais pessoas doentes. Aplicar repelentes de insetos que contenham DEET nas áreas expostas da pele.
Em situações de surto, evitar atividades ao ar livre durante o amanhecer e o anoitecer, quando a atividade dos vetores é maior. Buscar atendimento médico em caso de qualquer sintoma suspeito.
Os sintomas clínicos da febre do Oropouche incluem a febre alta, geralmente entre 39°C a 40°C, com início abrupto; dor de cabeça intensa; sensação de fraqueza e falta de energia; dores musculares e nas articulações; desconforto ou dor atrás dos olhos; perda de apetite; sintomas gastrointestinais que podem ocorrer; com frequência de três a quatro evacuações por dia, com fezes pastosas; e exantema, presente em aproximadamente 50% dos casos, predominantemente do tipo maculopapular, que pode afetar face, tronco e membros, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Após a fase febril, muitos pacientes se recuperam progressivamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite.